Conheça um pouco da historia, do inicio da descoberta da vocação sacerdotal até os dias de hoje, contada pelo nosso querido Pároco Wilson Luís Ramos, em uma entrevista especial, este que completou 20 anos de sacerdócio no dia 31/01. Confira:
Quando o Sr sentiu que queria ser padre ? Como foi isso ?
Desde criança sempre desejei ser padre. Eu acho que já nasci com tal graça infusa em mim. Eu gostava de ir a missa aos domingos, admirava os gestos do padre e eu os repetia em casa. Eu celebrava a missa em casa sozinho atrás da casa. Como não tinha hóstia grande eu pegava uma tampa de margarina Doriana, cortava ela com a tesoura, limpava com bombril deixava branquinha e celebrava minha missa sozinho. Usava umas roupas feitas de saco de estopa vazio fazia o furo para os braços, era minha túnica!
Alguém o incentivou?
Eu pouco falava sobre isso pra não sofrer deboches. Mais quem mais me impulsionou para isso eram meus amigos da Renovação Carismática de Tupã que acreditavam muito na minha vocação. Um dele era o Juninho Bulgarelli que ainda mora em Tupã meu grande amigo. O padre Rafael Otávio foi quem conversou com D. Osvaldo na época e ele me chamou para um encontro vocacional em Marília, aonde fui aceito com alegria pelo Bispo. Fui o único naquele ano de 1992 a entrar no Seminário da Diocese.
Aonde fez seminário? Quantos anos tinha?
Eu estudei dois anos de filosofia, e quatro de teologia no Seminário de Marília, pois eu na época já era formado em Estudos Sociais e fui dispensado de varias matérias que eu já havia cursado. Na época eu já tinha 27 anos, trabalha na Padaria Ki pão de Tupã, aonde trabalhei por 13 anos. Já fui para o seminário bem maduro e certo do que eu queria. Meus patrões tinham certeza de que eu voltaria trabalhar lá de novo com eles. Mais eu estava certo da minha escolha. Fui tarde, não só porque eu quis mais porque, eu não encontrava nenhum padre que me apoiasse para tal decisão. O Pe Rafael Otávio foi quem abraçou a causa e me enviou para Marília. Agradeço muito a ele tal atitude de amor.
A família o apoiou ? Teve algum benfeitor ?
A família não abraçou a causa, mais também não colocaram empecilhos alguns. Ajudaram-me naquilo que podiam. Muitos amigos me ajudaram muito com dinheiro e coisas materiais que eu precisava.
Na vida diocesana não temos tais padrinhos. A paróquia de origem ajuda mensalmente com 2/3 de um salário mínimo o seminarista e a paróquia ao de fazemos pastoral ou estágio, nos ajuda com 1/3 do salário, mais a passagem de ônibus para locomoção do seminário a paróquia aonde fazemos pastoral.
Livros e alguma ajuda que precisamos, são dados pelo Bispo através da Curia, como médico, dentista, alguns livros etc..
As paróquias ajudam mensalmente na manutenção dos seminários da Diocese. Por isso, do Dízimo da paróquia uma parte é separada pra ajudar o seminário, na formação de novos padres.
Como é ser padre nos dias de hoje ?
Creio ser um grande desafio, mais também muito santificador. Para ser padre hoje, não basta ter grande intelectualidade, mais, sobretudo saber comunicar, saber comunicar uma verdade experimentada no coração, e na alma. Não basta transmitir conhecimentos, se não houver uma experiência de amor vivida em Cristo. Tenho que ser alguém convicto e apaixonado por aquele de quem eu prego e defendo. Não me bastará em nossos dias apenas falar ou indicar o caminho até Jesus, eu preciso ser um guia que o conheço e o amo, e minha vida tem que reluzir o que prego. Não me arrependo nenhum minuto de ter atendido o chamado de Jesus. Claro que há dificuldades, mais enquanto caminharmos nessa terra haverá desafios a serem superamos e vencidos. Estou convencido de que amo o que faço e sou muito feliz, eu enfrentei decepções, por parte de alguns irmãos, e pude perceber que o amor por Jesus prevaleceu com mais força, minha fé ficou mais forte e Deus me consolou no amor dele. Não estou por acaso no Santuário de Fátima, ela me salvou por muitas vezes de desistir de viver, manifestando o amor dela de mãe. E junto dela encontrei muitas forças para superar minhas tristezas e decepções. Louvo a Deus por me dar a graça de celebrar 20 anos de Ministério sem mérito nenhum da minha parte, tudo por graça de Deus e da Virgem de Fátima. Os jovens que desejam ser padre diocesano ou religioso sejam corajosos e abrace essa causa sem medo de ser feliz. Vale a pena viver para Deus, na Igreja.
Por toda sua historia e caminhada, podemos afirmar que comemorar o aniversário de ordenação é comemorar novamente o seu SIM e agradecer a Deus por nos presentear com um pai espiritual, fiel, disposto, forte mesmo com o coração partido pela dor, humilde, amoroso, que por vezes incompreendido não desiste de suas ovelhas, e as conduz em direção ao PAI.
“Antes que no seio fosses formado, eu já te conhecia; antes de teu nascimento, eu já te havia consagrado, e te havia designado profeta das nações” (Jr 1, 5)
No que diz respeito a uma vocação, se torna muito mais importante fazer memória!
Por esse motivo o Santuário Diocesano Nossa Senhora de Fatima, tem o prazer e a honra de convidar a todos para participar da missa em Ação de Graças do aniversário de ordenação sacerdotal do nosso Pe. Wilson Luís Ramos.
Parabenizamos e pedimos as bênçãos de Deus e que a Virgem Mãe Santíssima o cubra com Seu Manto, estando à frente de todas as dificuldades e obstáculos que se puserem em seu caminho. Amém.
