Papa Francisco inaugura Ano Santo da Misericórdia em Roma

Vaticano

Na Solenidade da Imaculada Conceição, dia 8 de dezembro, a maior festa dedicada à Mãe de Deus, no dia em que a Igreja celebra os 50 anos do encerramento do Concílio Vaticano II, acontecimento que marcou o catolicismo contemporâneo na sua identidade e na sua relação com a sociedade e, na data que registra os primeiros 1000 dias de Pontificado do Papa Francisco, a Igreja se abre para o Ano Santo da Misericórdia ou Jubileu da Misericórdia. Ao presidir a celebração de abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro, ato que acontece apenas durante um Jubileu, o Santo Padre enfatizou o seu desejo para a vivência deste ano.

papa aberturadaporta01"Entrar por aquela Porta significa descobrir a profundidade da misericórdia do Pai que a todos acolhe e vai pessoalmente ao encontro de cada um. É Ele que busca, que vem ao nosso encontro. Neste Ano, deveremos crescer na convicção da misericórdia. Que grande injustiça fazemos a Deus e à sua graça, quando se afirma, em primeiro lugar, que os pecados são punidos pelo seu julgamento, sem antepor, diversamente, que são perdoados pela sua misericórdia", disse na homilia da missa, antes do rito de abertura da Porta Santa.

"Neste Ano, deveremos crescer na convicção da misericórdia", disse Francisco.

Esse é o 29º Jubileu da história da Igreja Católica. Pela primeira vez, um Jubileu teve uma Porta Santa aberta em outro país, antes de Roma. A abertura da Porta Santa na Catedral de Bangui, na República Centro-Africana, no dia 29 de novembro, marcou com especial atenção, a misericórdia que a Igreja deseja manifestar ao continente africano e igualmente a todos os países que vivem em guerra.

Após a comunhão, teve início o rito de abertura da Porta Santa, na entrada da Basílica de São Pedro. O diácono convidou os fiéis para a inauguração do Jubileu Extraordinário da Misericórdia com estas palavras: “Abre-se diante de nós a Porta Santa. É o próprio Cristo que, através do mistério da Igreja, nos introduz no consolador mistério do amor de Deus.

O Pontífice fez uma oração e recitou a seguinte fórmula: “Esta é a porta do Senhor. Abri-me as portas da justiça. Por tua grande misericórdia entrarei em tua casa, Senhor”.

Em silêncio, o Santo Padre subiu os degraus, abriu a Porta Santa e se deteve em silêncio em sua entrada. Francisco entrou por primeiro na Basílica de São Pedro, seguido pelos concelebrantes e por alguns representantes de religiosos e fiéis leigos, e se dirigiu ao Altar da Confissão – momento em que foi entoado o Hino do Ano Santo da Misericórdia. Ali, depois de uma oração, o Papa concendeu a todos a sua bênção apostólica. O segundo a entrar pela Porta Santa, foi o Papa Emérito Bento XVI.

papa aberturadaporta02

Sobre a coincidência do início do Jubileu com os 1000 dias de Pontificado de Francisco, o Cardeal João Braz de Aviz fala do “jeito” do Papa, que recolocou a misericórdia no centro da ação evangelizadora da Igreja.

A última vez que a Porta Santa da Basílica de São Pedro foi aberta, no ano 2000, pelo então Papa João Paulo II, marcou a celebração do terceiro milênio cristão. Em Roma, existem ainda portas santas nas outras três basílicas papais: São João de Latrão, São Paulo fora de muros e Santa Maria Maior.

Leia a Bula de Proclamação do Jubileu da Misericórdia

O anúncio solene do Ano Santo teve lugar com a leitura e publicação da bula pontifícia (Misericordiae Vultus), junto da porta de São Pedro, no Domingo da Divina Misericórdia (12 de abril).

A Igreja Católica iniciou a tradição do Ano Santo com o Papa Bonifácio VIII, em 1300, e a partir de 1475 determinou-se um jubileu ordinário a cada 25 anos. Até hoje, houve 26 Anos Santos ordinários e dois extraordinários (anos santos da Reden­ção): em 1933 (Pio IX) e 1983 (João Paulo II).

O jubileu consiste em uma ocasião privilegiada para o perdão, uma indulgência aberta a todos, e na possibilidade de renovar a relação com Deus e o próximo. Esta indulgência implica obras penitenciais, como peregrinações e visitas a igrejas. O Ano Santo da Misericórdia segue até o dia 20 de novembro de 2016.

Leia a homilia completa do Papa Francisco.

Fonte: Diocese de Marília